
Vida e Carreira:
Nascido no interior de São Paulo, em 1897, Lourenço Filho foi bacharel em Direito, mas dedicou a vida a educação, atuando como um dos atores mais importantes do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, de 1932.
Seguiu a carreira do magistério, inicialmente em São Paulo, em seguida no Rio de Janeiro. Entre 1922 e 1923 foi responsável pela reforma no ensino público no Ceará. Na década de 30, transferiu-se para o Rio de Janeiro exercendo funções de chefe de gabinete do ministro da Educação Francisco Campos. Por essa época, concebeu uma faculdade reunindo as áreas de educação, ciências e letras. No tempo da gestão de Anísio Teixeira na Secretaria de Educação do Distrito Federal, dirigiu o Instituto de Educação do Rio de Janeiro.
Em 1935 foi nomeado diretor e professor de psicologia educacional da Escola de Educação da Universidade do Distrito Federal. Posteriormente, foi diretor geral do Ensino Público em São Paulo, membro do Conselho Nacional de Educação em 1937 e diretor geral do Departamento Nacional de Educação. Em 1938, a pedido do ministro Gustavo Capanema, organizou o Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos que, em 1944, lançou a Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos. Publicou, entre outros trabalhos, Introdução ao estudo da Escola Nova: tendências da educação brasileira (1940).
Campanha de Alfabetização de Adultos de 1947
Sua relação com a educação de pessoas adultas está relacionada com a Campanha de Alfabetização de Adultos de 1947. Essa campanha tinha em sua essência uma concepção de educação voltada para a cidadania, um enorme avanço para a época. Tratava-se de um projeto que pretendia ir além da simples alfabetização de adultos e se inseria no pressuposto constitucional de educação para todos, propondo-se a oferecer uma educação de base para todos.
Sua relação com a educação de pessoas adultas está relacionada com a Campanha de Alfabetização de Adultos de 1947. Essa campanha tinha em sua essência uma concepção de educação voltada para a cidadania, um enorme avanço para a época. Tratava-se de um projeto que pretendia ir além da simples alfabetização de adultos e se inseria no pressuposto constitucional de educação para todos, propondo-se a oferecer uma educação de base para todos.
A UNESCO, Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, fundada 1946, desenvolveu orientações aos Estados-membros favoráveis ao desenvolvimento da educação de adultos, sempre baseada em um princípio que se coloca para além da alfabetização, tratando do direito à “educação de base” das populações das regiões desfavorecidas do globo. Desta forma, o foco prioritário era a educação fundamental voltada à população de uma maneira geral, crianças, adolescentes e adultos de ambos os sexos. As ideias de Lourenço Filho na Campanhas de Alfabetização de 1947 foram fortemente baseadas nas orientações deste organismo internacional.
Críticas:
Apesar de ser reconhecida como uma ação exemplar, muitos autores tecem críticas à Campanha de 1947 por conta da forma como Lourenço Filho caracterizava o adulto analfabeto como um sujeito incapaz de decidir por si mesmo nas diversas esferas da vida social, portanto, com limitações para exercer seus direitos. Projetava-se, desta forma, uma imagem infantil do adulto não alfabetizado, como incapaz que de forma deficiente desempenharia suas responsabilidades familiares e profissionais.
Do ponto de vista político, esta definição sugere uma distinção, que se dava a partir de critérios de classificação que diferenciavam os que sabiam ler e escrever dos que não o sabiam, entre os indivíduos reconhecidos como capazes ou incapazes de participar plenamente da vida social. Tal distinção impunha a proibição de voto aos analfabetos, assim como a restrição a outras esferas da sociedade.
Documentário:
Referências:
SAVIANI, Dermeval. História das idéias pedagógicas no Brasil. – Campinas, SP: Autores Associados, 2007.
Fundação Getúlio Vargas: http://portal.fgv.br/
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